quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Radar inspirado em golfinhos localiza muito mais que peixes


Sonar dos golfinhos
Uma nova técnica de radar inspirada no sonar dos golfinhos promete inaugurar um novo capítulo no campo do rastreamento de vítimas de desastres naturais, além de várias outras aplicações.
Tim Leighton, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, ficou intrigado ao tentar entender como os golfinhos conseguem "enxergar" através das cortinas de bolhas que eles criam para aprisionar os peixes, facilitando sua captura.
"Fiquei pensando que os golfinhos não deveriam conseguir ver os peixes usando seus sonares no meio dessas nuvens de bolhas, a menos que fizessem algo muito inteligente, que os sonares fabricados pelo homem não conseguem fazer," conta ele.
De fato, o sonar dos golfinhos é tão eficiente porque envia dois pulsos em rápida sequência, algo que Leighton chamou de "sonar de pulsos gêmeos invertidos" (TWIPS: Twin Inverted Pulse Sonar).
A técnica usa um sinal que consiste em dois pulsos em rápida sucessão, um idêntico ao outro, mas com a fase invertida.
Os golfinhos têm uma capacidade natural para processar os dois sinais de forma a distinguir entre os peixes e a desordem representada pela cortina de bolhas na água.
Radar de pulsos gêmeos
O professor Leighton propôs então que a técnica TWIPS - que é uma técnica de sonar - poderia ser aplicada a ondas eletromagnéticas, o que significa que ela poderia também funcionar para um radar.
A equipe disparou então pulsos gêmeos invertidos de radar em direção a um alvo, uma antena dipolo com um diodo em seu ponto de alimentação, para distinguir o sinal da "desordem", representada por uma placa de alumínio e uma braçadeira enferrujada.
No teste, o pequeno alvo mostrou-se 100.000 vezes mais potente do que o sinal de desordem representado por uma placa de alumínio muito maior, de 34 por 40 centímetros.
Estava então criado o TWIPR, um radar de pulsos gêmeos invertidos.
Identificação e rastreamento
Como a antena-alvo com seu diodo mede 6 cm de comprimento, pesa 2,8 gramas, custa menos do que um euro e não precisa de baterias, Leighton deu-se conta de que havia desenvolvido um novo sistema de etiquetas de identificação e localização que é miniaturizado, leve e muito barato.
Essas etiquetas de radar - uma referência às etiquetas RFID - podem ser facilmente ajustadas para ressonâncias específicas, de modo a fornecer um identificador único para um pulso TWIPR.
Elas poderão ser usadas para rastrear animais, em infraestrutura (dutos e conduítes embutidos, por exemplo) e por seres humanos que entram em áreas de risco, sejam eles mineiros entrando para o trabalho ou esportistas em uma estação de esqui.
Mas mesmo vítimas de soterramento que não estejam usando os marcadores poderão ser localizadas pelo método TWIPR, porque ele pode ser ajustado para procurar ressonâncias de telefones celulares, oferecendo a possibilidade de localizar vítimas mesmo quando seus celulares estiverem desligados ou as baterias sem carga.
"Além dessas aplicações, essa tecnologia pode ser ampliada para outras radiações, tais como o imageamento de ressonância magnética (MRI) e o LIDAR [radar de luz], que, por exemplo, detecta a não linearidade de processos de combustão, oferecendo a possibilidade da criação de sistemas de detecção de incêndios assim que eles começam," acrescentou o professor Leighton.

Bióloga encontra peixe-remo de 5,49 metros na costa oeste dos EUA

A instrutora de ciências marinhas Jasmine Santana descobriu um estranho peixe-remo gigante de 5,49 metros de comprimento enquanto mergulhava no domingo e segundo a mesma, seu achado se transformou em uma sensação nas redes sociais pelo fato do inusitado tamanho do animal.
Sobre a descoberta da espécie, também conhecida como regalegco ou peixe-remo, cujos membros raramente são avistados, Jasmine disse que teve que pedir ajuda por temor de que não conseguisse tirar o peixe do mar e finalmente foi ajudada por outros 15 membros do Instituto Marinho de Catalina Island, na Califórnia.
Os peixes-remo podem alcançar até 17,06 metros de comprimento, vivem normalmente em climas tropicais e acredita-se que podem submergir até 914 metros no oceano, o que faz ser uma espécie difícil de estudar, de acordo com o instituto.
Santana disse à Agência Efe que apesar da forma alongada destes peixes, foi dada uma reputação de periculosidade que pode ser a origem de mitos sobre gigantes serpentes marinhas, a verdade é que são inofensivos pois não contam com mandíbulas grandes e fotes como outros predadores marinhos.
"Primeiro, tratei de tirar o peixe puxando a partir da cabeça, mas era muito pesado. Depois, o puxei pela cauda rumo à superfície", onde recebeu ajuda de seus colegas, disse Santana, de 26 anos de idade e instrutora no instituto desde janeiro.
"Fiquei em dúvida sobre a espécie por conta do grande tamanho, já que normalmente não vemos nada como isto. O reconheci por um vídeo pouco comum que tinha visto sobre exemplares de menor tamanho", indicou a instrutora.
O instituto mandou mostras de tecido e o vídeo feito para o especialista Milton Love da Universidade da Califórnia Santa Barbara para sua análise e possível identificação das causas da morte.
De acordo com o instituto, também está sendo analisado o método mais apropriado para preservar o esqueleto desta espécime.
"Me surpreendeu ver um olho do tamanho da metade de um dólar me vendo desde o fundo da praia enquanto mergulhava entre 15 ou 20 pés (4,57 ou 6,09 metros) de profundidade", disse Jasmine.
Santana, que fundou a Associação de Estudantes de Porto Rico na Universidade de Michigan, procura se transformar em uma bióloga marinha especializada em conduta de cefalópodes, neurofisiologia e biotecnologia marinha, além de se interessar pelo roteiro, a teoria e cinematografia.

Cientistas descobrem na Guiana nova espécie de peixe elétrico

Um grupo internacional de cientistas descobriu uma nova espécie de peixe elétrico em um rio da Guiana, informou nesta terça-feira o coordenador da missão, o colombiano Javier Maldonado, que publicou a descoberta na revista científica Zoologica Scripta.
O novo animal, denominado Akawiao penak, é um peixe de água doce, mede no máximo 10 centímetros e difere de outros animais em seus ossos e na morfologia craniana, disse à AFP Maldonado, um cientista da Universidade Javeriana de Bogotá, especializado em peixes elétricos.
Os cientistas, que publicaram sua descoberta em agosto de 2013, analisaram ainda o DNA e traçaram a árvore evolutiva deste peixe anguiliforme que habita o rio Mazaruni. Assim, determinaram que o animal representa um novo gênero e, portanto, uma nova categoria taxonômica.
Maldonado explicou que o Akawiao penak pertence a um grupo de peixes popularmente conhecidos como "facas", pelo formato do corpo, ou elétricos, devido à capacidade de produzir e detectar campos elétricos, os quais usa para navegar, identificar objetos e se comunicar com outros peixes da sua espécie.
Estes peixes, que têm uma visão muito limitada e habitam zonas turvas do rio, produzem e detectam cargas elétricas, com as quais obtêm informações de seu entorno.
"A maioria das descargas não são perceptíveis, isto é (os peixes) podem ser agarrados com a mão, já que a frequência é muito baixa. Não se pode vê-los, mas podem ser escutados, este som se grava", disse Maldonado.
As missões de explorações da equipe de pesquisa foram organizadas pelo Royal Ontario Museum, do Canadá, e a Universidade da Guiana, em Georgetown.
"O fato de esta área ser tão remota e ter estado isolada tanto tempo indica que seja muito provável encontrar novas espécies", afirmou Nathan Lovejoy, membro da missão, no jornal da Universidade de Toronto.

Pesquisa identifica 41 espécies de peixes diferentes em feira no PA



Em um ano, 691 toneladas de peixe movimentadas, com 41 espécies diferentes de pescado identificadas. Os dados fazem parte de uma pesquisa de monitoramento do desembarque pesqueiro na Feira do Pescado de Santarém, oeste do Pará.
O estudo é feito por uma estudante de biologia em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e com a Colônia de Pesca Z-20. O objetivo é criar um banco de dados para consultas universitárias e órgãos responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas para o setor pesqueiro. A pesquisa é coordenada pelo professor Keid Nolan e deve ser concluída até o final do ano.Cinco espécies são responsáveis por mais da metade do pescado desembarcado no ano passado na feira: pescada, aracu, surubim, tambaqui e tucunaré.A responsável pela pesquisa, Ericleya Marinho, diz que a atividade pesqueira em toda a região amazônica se difere em relação às demais regiões do Brasil pela riqueza de espécies exploradas, quantidade de pescado capturado e dependência da população tradicional à pesca. Segundo a estudante, os habitantes da zona urbana também têm o peixe como uma das principais fontes de alimentação.
Ericleya estuda, entre outros pontos, o nível de exploração das espécies que são comercializadas. “A gente sabe que a pesca é de suma importância para uma região, porque abrange a economia, a nutrição, em especial de ribeirinhos, pois essa é a principal fonte proteica para eles. Então, eles dependem diretamente da pesca”, destaca.
Entre as informações colhidas na pesquisa estão a composição, o tamanho, a quantidade do pescado capturado e a relação da pesca com os eventos temporais e anuais que são perceptíveis na região - período de cheia e seca dos rios da Amazônia. “Neste contexto, a proposta de quantificar o desembarque e determinar as principais espécies comerciais da cidade surge da necessidade de entender o nível de exploração dessas espécies. Além disso, tal quantificação se traduz em informações extremamente estratégicas para a tomada de decisões pelos órgãos gestores do recurso pesqueiro”, justifica Ericleya.
A cidade de Santarém representa o principal porto de desembarque da pesca artesanal da região oeste do Pará. A Feira do Pescado é o maior porto de abastecimento de peixe da cidade.
A pesquisa revela que 96% dos peixes desembarcados na Feira do Pescado são produto da pescaria artesanal na região. Os 4% restantes são provenientes de criações feitas em outros estados, como Maranhão e Mato Grosso, no período que corresponde ao defeso das espécies na região - quando é proibida a pesca e a comercialização de algumas espécies devido à reprodução.
O estudo de monitoramento também registra a exportação de 5 mil kg de peixes lisos (surubim, mapará e dourada) para o estado de Goiás apenas no mês de outubro de 2012.

Mais de uma tonelada de peixes morrem após 'cachoeira de caramelo'



A situação começa a ficar controlada emSanta Adélia (SP), onde um incêndio consome 30 mil toneladas de açúcar há quatro dias. Uma represa foi aberta para segurar o caramelo que escorre pelas ruas e rios da cidade está funcionando, mas o prejuízo ambiental já é incalculável no rio São Domingos, que corta outros cinco municípios da região. Mais de uma tonelada de peixes morreram com a cachoeira de caramelo que invadiu as águas. A cada hora, estão sendo retirados 15 quilos de peixes do local.
A Cetesb confirmou a contaminação. Apesar de o xarope, que se forma com o açúcar queimado, não ser tóxico, ele provoca diminuição no oxigênio e pode haver mortandade de peixe. Os moradores, preocupados com a situação, tentam capturar os peixes e consumí-los.
A preocupação maior é com a nascente do rio, que fica bem perto a poucos metros do armazém. Policiais ambientais fizeram bloqueios em Santa Adélia, Pindorama (SP) e Catanduva (SP) e montaram barreiras para recolher amostras de peixes mortos. "O que nós precisamos agora em relação aos peixes é quantificar isso para que depois nós façamos com que o Ministério Público e o Judiciário promova uma Ação Civil Pública e a gente consiga reverter esses danos ambientais", diz o capitão Olivaldi Azevedo, da Polícia Ambiental.

Peixe estranho



Um peixe de aparência estranha foi encontrado nesta segunda-feira (21) na areia da praia deSantos, no litoral de São Paulo. O espécime, identificado como um peixe-morcego, foi fotografado por um banhista e atraiu a atenção de curiosos que passavam pelo local. Além desse exemplar, milhares de outros peixes apareceram mortos após o incêndio de grandes proporções que atingiu seis terminais de açúcar do cais santista na última sexta-feira (18), mas a relação do acidente com a mortandade de espécies marinhas ainda não foi comprovada.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013


CULINÁRIA JAPONESA NO BRASIL

A chegada ao Brasil da imigração japonesa tem data e local precisos. Foi a bordo do vapor Kasato-Maru que, no dia 18 de junho de 1908, aportou em Santos a primeira leva organizada de trabalhadores vindos do Japão. 
Com uma cultura rica e bem particular (incluindo uma maneira toda própria de tratar os alimentos), eles saíram de seu pequeno país em busca de trabalho na imensidão das terras brasileiras. Sua chegada ao Brasil significou, para eles, a descoberta de um enigmático mundo novo. O mesmo aconteceu com os brasileiros que os recebiam: para estes, abria-se uma era de contato com uma civilização que, em quase um século de presença, mostraria ter muito a ensinar.
São Paulo é o exemplo mais eloquente do peso desta cultura que chegou e ficou, cativando os brasileiros por sua riqueza e tradição - e também pelo estômago. A prova disso é a existência de um importante bairro japonês na cidade, a Liberdade, onde o comércio de artigos de todo tipo, inclusive alimentícios, é intensamente frequentado pelos paulistanos. 
Os produtos ligados à mesa vão desde as lascas de peixe seco, tão importantes no caldo básico das sopas, até apetrechos para moldar rapidamente os bolinhos de arroz dos sushis. Eles são procurados e escolhidos criteriosamente pelos japoneses, por senhoras de gestos rápidos, ocupadas em prover seus descendentes com a mesma comida que as nutriu na infância, e que traz no paladar e nos aromas a saudade de sua terra.
Mas não são apenas japoneses e seus herdeiros, niseis e sanseis, que circulam pelos mercados e lojas orientais, aspirando o aroma de um potinho de raiz-forte para verificar seu frescor ou tocando delicadamente a crosta de pequenos pastéis para testar o ponto da massa: hoje são muitos os brasileiros que se misturam aos rostos orientais nas lojas e mercados, já iniciados nos segredos destes sutis sabores trazidos de tão longe.
Em São Paulo tornaram-se um sucesso so restaurantes japoneses. Muitos vivem lotados: alguns, com uma clientela ocidental mais abastada, que maneja com incrível desenvoltura os antes tão exóticos talheres de pauzinhos, os hashi; outros, atraem um público mais simples, mas igualmente interessado, que os procuram nas imediações dos mercados ou no próprio bairro japonês.
Em outros pontos do Estado de São Paulo, como no "cinturão verde" que rodeia a capital, a presença japonesa também é grande, e fundamental para o abastecimento de gêneros alimentícios de vários pontos do país. Aliás, a mesa brasileira que todas as regiões deve ao trabalho dos colonos japoneses o aperfeiçoamento e a disseminação de diversas culturas agrícolas que hoje são familiares em nossa cozinha cotidiana.

HÁBITOS ALIMENTARES, UMA GRANDE DIFERENÇA
Esta convivência harmônica e respeitosa teve um duro começo, quando nem tudo foi fácil para os imigrantes recém-chegados.
Desde o dia em que o Kasato-Maru atracou em Santos, os japoneses que para aqui vieram passaram a sentir as diferenças culturais que separam os dois países. Além disso, as condições que viriam a encontrar nas fazendas de café do interior de São Paulo, para onde chegavam com sonhos de melhorar seu padrão de vida, em nada pareciam com o que lhes era prometido.
Entre as grandes dificuldades, estava a adaptação ao novo regime alimentar. Não era difícil encontrar o arroz, cereal básico da sua dieta. Mas os peixes eram raros, da mesma forma que legumes e verduras não eram comuns na dieta local. Ademais, os pratos brasileiros, sempre com muita gordura, mais os temperos estranhos, eram insuportavelmente pesados para os hábitos japoneses. Nas fazendas, os trabalhadores recebiam uma provisão de alimentos cuja maior parte desconheciam. O arroz, de tipo diferente do japonês, era difícil de ser preparado no ponto e sabores desejados; as farinhas, de mandioca e milho, eram um mistério; o feijão era conhecido, mas para preparar como doce; o charque não apetecia, pois parecia cheirar mal; o bacalhau seco, desconhecido, era inicialmente consumido sem antes ser demolhado - e, naturalmente, ficava salgado. 
O café eles não sabiam preparar e só lhes aumentava a saudade do chá, inexistente nas fazendas; a banha, o toucinho, o óleo vegetal pareciam-lhes agressivos... Já aos brasileiros parecia estranho que os japoneses insistissem em comer cruas as verduras que conseguiam encontrar ou cultivar.
Os imigrantes que foram se liberando do trabalho assalariado nas fazendas passaram, muitos deles, a dedicar-se à atividade autônoma na lavoura. Esta atividade permitiu-lhes o acesso a produtos mais familiares, além de enriquecer a variedade, a quantidade e a qualidade dos produtos hortifrutigranjeiros que abastecem hoje a mesa da família brasileira em todo o país.