terça-feira, 26 de novembro de 2013

Badejo

 




Nome: Badejo
Nome científico: Mycteroperca bonaci (badejo quadrado); Mycteroperca acutirostris (badejo mira).
Água doce ou salgada: Salgada
Família: Serranidae
Características: Pertencente à família Serranidae, o badejo é encontrado do Amapá ao Rio Grande do Sul podendo ser pescado em todas as épocas do ano, sendo que nos períodos quentes a sua incidência é maior. Chega a 1,30 m de comprimento e até 90 kg, no caso do badejo quadrado. No entanto, o mais encontrado é o badejo mira, que chega a atingir 4 kg de peso e 60 cm de comprimento. A coloração do badejo quadrado é marrom-escuro, geralmente com manchas retangulares no dorso e laterais (daí seu nome). Já o badejo mira possui cor marrom-escuro, um pouco mais clara no ventre, com manchas claras irregulares e escamas pequenas.
Hábitos: Por ser carnívoro, a isca para pescá-lo deve ser, preferencialmente, viva (camarão, pequenos peixes, caranguejo, siri, corrupto, marisco etc.). Já para iscas artificiais podem ser usados jigs, shads, grubs, além de plugs e sinker , em geral, de barbela longa, de meia água ou profundidade. É importante não dar linha ao badejo, pois quando fisgado costuma se entocar rapidamente tornando mais difícil sua captura. É um peixe voraz e predador de boca muito grande com força e velocidade impressionantes. Basicamente, é pescado de fundo. Quando em locais mais rasos, sobe para se alimentar de pequenos peixes e camarões. Iscas tipo jig , que atingem maiores profundidades, também oferecem alternativa viáveis.
Curiosidades: O badejo mira é mais fácil de ser capturado enquanto o badejo quadrado oferece uma dificuldade para ser tirado da água por se esconder assim que fisgado. É localizado em locais fundos de costões rochosos, recifes, corais, cascos de navios ou barcos afundados, por baixo de pontes, píeres ou outras construções marítimas e até em entradas de rios de água salobra. Por ser um peixe que se entoca, o badejo exige que a pescaria seja embarcada ou de costão com linha resistente. O atrito com as pedras é constante, seja com iscas naturais quanto artificiais. Desentocar um badejo é uma questão de paciência, sorte e resistência da linha. As linhas de multifilamento, nesses casos, são um avanço por serem mais resistentes que o nylon e não possuírem qualquer elasticidade, o que facilita a tarefa do pescador em desalojar seu oponente das pedras.
Onde encontrar: Do Amapá ao Rio Grande do Sul podendo ser pescado em todas as épocas do ano, sendo que nos períodos quentes sua incidência é maior. Na maioria das praias brasileiras só se achará algum badejo em casos de se arremessar próximo às pedras ou barcos afundados. Também é comum nas áreas de mangue, especialmente o espécime juvenil, solitário ou em grupos.
Dicas para pescá-lo: Nas pescarias de fundo, o equipamento mais indicado é aquele composto por linhas de multifilamento. Por serem menos elásticas, há um ganho de sensibilidade e eficiência nas fisgadas.

Vídeo Receita - Como Grelhar Peixes


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Culinária tailandesa em duas palavras: cachorro-quente.





Absolutamente tudo que eu já experimentei da culinária tailandesa no Brasil me faz salivar só de lembrar: o arroz doce com cardamomo, o pad thai (um macarrão com massa de arroz preparado com tamarindo, molho de peixe, legumes etc), frango com curry e leite de coco… Delícias. Mas eu praticamente só tenho uma lembrança da cozinha tailandesa in loco: cachorro-quente do 7-eleven. Isso mesmo, leitor,…este é um post desabafo.
Claro que eu experimentei outras coisas nesse país, mas a iguaria feita com salsicha foi, sem dúvida, o prato campeão em consumo. Como se não bastasse a decepção com várias das paisagens naturais e as festas, ainda enfrentamos o grave problema do combo chuva+ falta de dinheiro, que contribuiu para uma experiência gastronômica azeda.

Pad Thai, culinária tailandesa
 
 
 
Pad Thai: meio exótico, meio saboroso, meio caro, meio raro na minha dieta
Começo falando da falta de dinheiro. A Tailândia é um dos destinos turísticos mais procurados no mundo e, claro, falou em gringo, falou em preço alto, pelo menos para padrões de sudeste asiático. Só que, ao contrário dos europeus, eu não cheguei lá cheia de dólares (ou baths) para gastar. E aí ficou difícil. Sim, há comida barata, mas ela normalmente se restringe a arroz – o principal item da dieta local – geralmente acompanhado com frango ou legumes, tudo bem condimentado. Muitas vezes, a variedade do arroz é o jasmim, mais adocicado e que, após ser consumido por longos períodos, se tornou enjoativo ao meu paladar. Vale lembrar que eu já estava à base dessa dieta de fried rice há um mês (Índia, Nepal e muitos outros países da Ásia tratam a receita como o nosso arroz com feijão).
Não, o cachorro-quente não surgiu só porque eu estava cansada do arroz. Ele surgiu, ainda, porque entrou em cena o segundo elemento definidor: a chuva. Choveu tanto quando estávamos em Phuket, mas tanto, que não era possível sequer atravessar a rua sem tomar um banho de lama até os joelhos! E aí o jeito foi recorrer ao único mercado que estava no mesmo quarteirão que o hotel: o 7-eleven, loja no melhor estilo tem de tudo.
No Brasil a empresa ainda não chegou, mas ela reina praticamente em todos os outros lugares do mundo. Segundo a Wikipédia, desde 2007, é a maior cadeia de lojas em todas as categorias, com unidades em 18 países. Os maiores mercados estão no Japão, nos Estados Unidos, na China, e… na Tailândia . Existem 4.055 lojas nesse país, sendo mais de 1.500 em Bangkok, a capital. Isso significa, na prática, uma coisa: há uma loja em cada esquina ou até mesmo duas em cada quarteirão.

Foram muitos hot dogs nada apetitosos: com salsicha recheada com queijo, salsicha enrolada no bacon, com mostarda, alface, cebola ou tomate (e só isso, porque lá não é Brasil, onde tem até purê de batata na barraquinha da feira). Para complementar, às vezes rolava uma batatinha frita (industrializada) ou um pão de chocolate (industrializado). Ah, havia o sensacional pão recheado com feijão, bem como o sorvete feito com o mesmo grão. Todos esses pareciam ótimas alternativas. Só que não.
Então, se você vai mesmo incluir a Tailândia no seu roteiro turístico de mochileiro, minha dica é: reserve um pouco mais de grana e vá em um período bem longe das monções, quando dá para experimentar a verdadeira comida de rua, com a qual eu só tive contato umas poucas vezes e que, ainda assim, é motivo para outra postagem (…continua).


Read more: http://www.360meridianos.com/2013/08/culinaria-tailandesa-cachorro-quente.html#ixzz2lBPtC9L8

Conheça os temperos e os pratos típicos da culinária tailandesa

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Chu Chee Pla prato tipico tailandes Groupon
Chu Chee Pla, prato típico tailandês, com curry vermelho, leite de coco e relish de pepino

Além da comida tailandesa em si ser deliciosa, o uso de ingredientes como pimenta, galanga, curry artesanal e o modo como são preparados vários dos pratos típicos fazem muito bem à saúde. Em geral, os almoços dos tailandeses são mais simples e o jantar é a refeição “principal”. É nele que os pratos são mais elaborados e completos, com arroz, sopa, peixe, frutos do mar ou frango em suas diversas combinações com saladas, hortaliças, molho, sobremesa ou fruta.

Ingredientes, pratos típicos e curiosidades sobre a culinária Tailandesa

  • Namplá
O namplá é utilizado como sal na comida tailandesa.
Nampla culinaria tailandesa groupon
Namplá: sal

Ele é extraído do cozimento de peixes e vegetais e não prejudica a saúde. Além disso, a culinária tailandesa também não utiliza muito óleo, e a gordura costuma vir de seus próprios ingredientes – e mesmo assim nada exagerado para não deixar os pratos calóricos. Já pensou em seguir uma dieta tailandesa? 
  • Arroz de jasmin
O arroz de jasmin, também chamado de “thai”, é o mais tradicional da culinária tailandesa. 
Arroz de jasmin ou thai
Arroz de jasmin ou thai

Os grãos são mais compridos, cristalinos e têm um aroma diferente. Não costuma ser temperado, já que os pratos em si tem um tempero mais forte, mas possuem um gosto característico muito bom.
Magret com molho de tamarindo e arroz de jasmin Bangkok
Magret com molho de tamarindo e arroz de jasmin do restaurante Bangkok
  • Galanga
A galanga é o gengibre tailandês.
galanga tailândia
A galanga é um dos temperos mais utilizados na cozinha tailandesa

Na Tailândia é possível encontrar a planta, mas no Brasil ela só é vendida desidratada. Apesar de ser o “gengibre tailandês”, ela não tem nada a ver com o gengibre que conhecemos e, além de ter um sabor muito diferente, é bastante aromática.
Prato bangkok groupon
Sopa tailandesa do restaurante Bangkok, em BH, com pimenta e galanga

Restaurante Nippon serve esse Prato.

A pimenta, como já dissemos no início do post, é bastante utilizada na cozinha tailandesa. Uma das características fortes da comida tailandesa é o seu poder afrodisíaco, gerado pela combinação de pimenta com outras ervas. E aí, quer provar um desses pratos afrodisíacos?

Pratos típicos

Nam katee pla culinaria tailandesa groupon
O Nam katee pla é um peixe cozido no coco com especiarias

O Nam Katee pla é um dos pratos mais apreciados na Tailândia. Entre os ingredientes, estão o leite de coco, o açúcar mascavo, o hondashi, o nampla e cúrcuma. 
Gai Phad Med Mamuang prato tipico tailandês
Gai Phad Med Mamuang

Gai Phad Med Mamuang é um frango frito com castanha de caju ao molho de ostras.
Pad Thai prato típico tailandês groupon
Pad Thai

O Restaurante Nippon serve esse prato.

O Pad Thai é um talharim de arroz frito com camarões, amendoim, tamarindo, omelete, molho de peixe, talo de coentro, cebolinha, açúcar, e vegetais.
A maioria das sobremesas tailandesas são à base de fruta. O Kluay Buat Chii é a combinação de banana com leite de coco.
Kluay Buat Chii sobremesa tailandesa groupon
Kluay Buat Chii

A culinária tailandesa é saborosa, saudável e, como vocês puderam perceber, envolve muitas combinações diferentes e temperos riquíssimos não usuais no nosso dia a dia, mas que certamente podem ser experimentados e inseridos no nosso cardápio. Por isso, se você ainda não teve a oportunidade de experimentar a comida típica da Tailândia, não perca tempo! :D .

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Comida Japonesa

 Quem pensa que comida japonesa se resume a sushi e sashimi está muito enganado. A culinária japonesa nos reserva surpresas fantásticas de sabores, cores e aromas tudo elaborado verdadeiramente como arte sobre pratos. Experimente algumas maravilhas da comida japonesa em sua casa com as receitas que separamos aqui.

Culinária caseira japonesa (kateiryōri)

Por Cristiane A. Sato

Estamos falando de uma gama de pratos diferentes dos sushis e sashimis dos restaurantes. A culinária caseira japonesa é aquela que não se encontra com freqüência nos cardápios de restaurantes, mas está todos os dias nos lares, nas mesas das famílias. Não se engane com esta expressão – não estamos falando de uma culinária necessariamente barata. Tanto profissionalmente como a nível doméstico, a culinária japonesa é cara. Ela depende de ingredientes importados e ítens que nem sempre são cultivados ou vendidos em larga escala.
A culinária japonesa é reconhecida internacionalmente como uma culinária rica e saudável, e a culinária caseira japonesa é vista atualmente como a versão oriental da cozinha de bistrô francesa. O conceito de ambas é similar: priorizam-se os ingredientes frescos e o preparo lento de pratos honestos, ricos em sabor, feitos em quantidades limitadas. São gostos e aromas que remetem à infância, a ambientes familiares e reuniões de amigos em casa.
Pouca gente sabe, mas assim como na culinária francesa pratos variam de sabor conforme influências regionais, o mesmo ocorre com a comida japonesa. Conhecer todas essas nuances é um pouco difícil, mas é possível conhecer pelo menos duas das principais linhas regionais gastronômicas da culinária japonesa: a de Kantō e a de Kansai.
A expressão Kantō significa “a leste do portal” e é das regiões mais populosas e industrialmente desenvolvidas do Japão, compreendendo as cidades de Tóquio, Yokohama e Kawasaki. Região caracterizada pela intensa vida urbana e pelos gostos burgueses, a culinária de Kantō revela preferência por sabores fortes e marcantes. Como reflexo do caráter metropolitano da região, aberto a novidades e influências externas, a culinária de Kantō é também bastante condimentada e usa com freqüência ingredientes de origem estrangeira, como a manteiga.
Kansai significa “a oeste do portal”. Trata-se de uma região com fronteiras não muito bem definidas, que compreende as cidades de Osaka, Kobe, e a antiga sede da corte imperial por mil e duzentos anos, Kyoto. Fortemente influenciada pela estética zen-budista e pelos gostos da aristocracia, a culinária de Kansai prioriza os sabores naturais dos ingredientes, evitando temperos em excesso e gordura. Os pratos de Kansai são leves e belos na apresentação. Os caldos e consomês são claros e sutis no sabor. Trata-se da culinária tradicionalista.
Atualmente há muitas cidades brasileiras que possuem mercearias especializadas em comida oriental e supermercados que comercializam alguns ingredientes para comida japonesa. A cidade de São Paulo concentra a maior parte dessas lojas e oferece a maior variedade desses ingredientes devido à forte presença de imigrantes asiáticos e seus descendentes. Procuraremos em nossas receitas utilizar ingredientes acessíveis, que podem ser encontrados no Brasil.
Esta parte do site Cultura Japonesa oferece aos apreciadores da comida japonesa uma ótica pouco ortodoxa de uma culinária bastante apreciada no mundo todo, bem como novos ingredientes e diferentes modos de se preparar pratos já conhecidos. Dicas em linguagem simplificada ajudarão mesmo as pessoas mais inexperientes na cozinha a preparar desde pratos básicos até algo razoavelmente complexo. E será constantemente ampliado, para que os interessados tenham a mais ampla e variada experiência gastronômica nipônica possível.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Japoneses criam método para detectar câncer de pâncreas pela saliva.

 

Cientistas esperam que o novo método sirva para realizar um diagnóstico prematuro da doença

Cientistas esperam que o novo método sirva para realizar um diagnóstico prematuro da doença o que permitiria usar cirurgiaThinkstock
Pesquisadores japoneses desenvolveram um novo método capaz de detectar o câncer de pâncreas através da saliva após conseguir um diagnóstico acertado em 84% dos casos, informou nesta quinta-feira o jornal Nikkei. A equipe médica, que inclui cientistas da Universidade de Medicina de Tóquio e da Universidade de Keio — também na capital japonesa —, esperam que o novo método sirva para realizar um diagnóstico prematuro da doença o que permitiria usar cirurgia, algo que neste tipo de câncer é incomum.
Os experimentos foram realizados em quatro centros médicos com mostras de saliva proveniente de mais de uma centena de pacientes, entre eles doentes de câncer de pâncreas e pessoas saudáveis. Com os testes, o grupo de cientistas descobriu que a saliva dos doentes de pâncreas contém mais quantidade de uma substância que faz parte de uma enzima encarregada do desenvolvimento deste tipo de câncer.
Os cientistas acreditam em poder encontrar em breve empresas interessadas em comercializar seu produto, à espera de que possa ser vendida em um ano, segundo o jornal.
Homem diagnosticado com câncer de pâncreas "ignora" a doença
Geralmente o câncer de pâncreas é detectado em um estado avançado, fazendo com em que 80% dos pacientes a cirurgia seja algo ineficaz, por ele já ter se espalhado para outras células do corpo tais como os nódulos linfáticos e o fígado.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Peixe de nome estranho da Amazônia pode substituir sardinha em latas.

 
 
 
 
 
Com a queda na produção de sardinha nas últimas décadas, um peixe de nome estranho da Amazônia pode ser a 'salvação' para o mercado de enlatados. A matrinxã (Brycon cephalus, pronuncia-se ma-trin-cham) vem sendo pesquisada como uma opção à sardinha (Sardinella brasiliensis), que responde por dois terços do mercado nacional de peixes em conserva.
O peixe de água-doce pode atingir 80 centímetros de comprimento, cinco quilos e possui espinha excessiva, assim como a sardinha.

Pesquisa

Com o declínio dos estoques naturais de sardinha, queda de cerca de 30% em 40 anos, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estuda outras espécies de peixes propícias para a comercialização em lata.

Oceano já perdeu 90% dos grandes peixes; veja

"É um projeto abrangente que analisará a viabilidade econômica da produção, a aceitação do mercado consumidor, os processos tecnológicos de processamento da matrinxã e a transferência de boas práticas aos aquicultores interessados em produzir a espécie", disse o coordenador do projeto, Diego Neves, da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO).
Estudos indicam que a matrinxã apresenta crescimento precoce e boa conversão alimentar, chegando a atingir entre 800 gramas a 1,2 quilo em um ano.
"Caso a matrinxã se mostre mais onerosa que a sardinha, podemos inseri-la em outro nicho de mercado e testar outras espécies para substituir a sardinha-verdadeira", afirmou Neves.
Segundo os pesquisadores, o peixe também possui características que o tornam favorável para agricultores familiares.
"De acordo com a literatura, a matrinxã pode se tornar importante tanto para a indústria conserveira de pescado como para pequenos produtores, que podem fazer o processamento por meio de cooperativas", declarou.

Rio São Francisco " Os peixes acabaram"

 
 
 
 
Nos vídeos, o tema do fim dos peixes não escapa de nenhum depoimento. Em Matias Cardoso, Luis Mario Cardoso se lembra da época dos barcos transbordando depois das pescarias. "Tinha uns que pescavam mais. Chegavam aqui com a canoa cheia de peixe, mas tinha muito peixe mesmo. Juntava todo mundo da comunidade pra ir escamando, partindo limpando e salgando o peixe pra num perder... Hoje pescar um peixe aí é coisa trabalhosa.", conta. Em Manga, Florisvaldo ressaltava não só a quantidade, mas o tamanho dos peixes fisgados. "Era surubim, dourado, curimatá. Eram peixes grandes, peixe de 10 kg, até de 20 kg a gente já pegou. Hoje em dia isso não tem mais. Você se aventura a descer o rio pra pegar o seu sustento, mas pode voltar sem nada", explica o morador. "A gente acabou com a gente mesmo, porque a nossa maior riqueza era o rio", emenda o morador reflexivo.
Florisvaldo tem razão quando sugere que o modo de ocupação das margens do rio pelos próprios ribeirinhos, sem a noção dos conceitos de sustentabilidade, colaborou com a sua deterioração. A mata ciliar era desmatada e a lenha era vendida para os navios a vapor e a área transformada em plantio de lavouras. Além disso, o período da piracema não era respeitado pelos pescadores e a pesca predatória foi estimulada pelo próprio governo.
Os fatores preponderantes para o esgotamento dos estoques pesqueiros e a redução significativa da vazão do rio, porém, tem a ver com projetos de grande impacto empreendidos pelo poder público. O engenheiro de pesca Eduardo Mota, hoje trabalha para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco - CODEVASF, que cuida dos projetos de revitalização do rio. Segundo ele, as barragens construídas ao longo do São Francisco (Sobradinho, Xingó, Itaparica, Paulo Afonso e Três Marias) comprometeram significativamente as condições de reprodução dos peixes e aceleraram o assoreamento do rio. Para o engenheiro, se a usina de Sobradinho tivesse sido projetada com escada ou elevadores de peixes, o impacto seria menor. Hoje, a solução paliativa é investir na reprodução artificial dos peixes. De acordo com o engenheiro, há 30 anos a Codevasf investe em tecnologias para propiciar a reprodução não só de espécies exóticas, como a tilápia, mas também de peixes nativas. Ainda assim, ele explica que é impossível repor os estoques naturais. "O médio São Francisco já foi uma das regiões mais piscosas do país", ele lembra.
No livro "Flora das Caatingas do São Francisco", o professor da Univasf, José Siqueira, que coordenou o trabalho de 100 especialistas que assinam a publicação, discorre sobre os ciclos econômicos responsáveis pela atual situação do rio. No capítulo "O inexorável fim do São Francisco", ele aponta a repetição de políticas públicas desastrosas na bacia do rio, ressaltando as consequências da construção de grande porte sem tecnologias de minimização de impacto ao longo do rio. Ele explica que, apesar de serem responsáveis por 15% de toda energia consumida no Brasil, as barragens do São Francisco alteraram o fluxo de peixes do rio e a qualidade das águas, além de atingir diretamente várias comunidades inundadas.
"Antes da barragem de Sobradinho havia várias lagoas temporárias, altamente piscosas na região. Quase todas desapareceram, assim como povoados e cidades inteiras como Remanso, Casa Nova, Santo, Sé Pilão Aracado e Sobradinho", afirma o autor. Ele confirma que devido à falta de um melhor estudo dos ecossistemas locais, o empreendimento inviabilizou a reprodução das espécies migradoras, como defende Eduardo Mota. Além do depoimento dos ribeirinhos, estudos científicos também apontam as consequências desse processo. Segundo Siqueira, a análise de dados de peixes coletados há quase 30 anos já indicava que, no trecho entre a Represa de Sobradinho e o Oceano Atlântico, não havia renovação de peixes de piracema, pois quase não existiam lagoas marginais.
Hoje, na tradicional Praça do Peixe em Petrolina (PE), a 700m da margem do Rio São Francisco (que já registrou 158 diferentes espécies de peixes), espécies amazônicas do Pará estão entre as mais comercializadas, devido à falta de peixes locais. "Isso simboliza a falência completa da economia pesqueira da região", enfatiza.
Além do impacto na pesca, Siqueira conta que a barragem de Sobradinho é responsável pela evaporação de uma enorme quantidade de água do rio. "O lago de Sobradinho é uma das maiores aberrações criadas no período militar. Possui um imenso espelho d'água de baixa profundidade e altas taxas de evaporação de água, atingindo 250 m³/s, o que corresponde a mais de três vezes a vazão prevista no projeto de integração do São Francisco com bacias do nordeste setentrional". Ele explica que essa evaporação representa ainda o volume necessário para o abastecimento anual de uma população de 144 milhões de habitantes. "Um exemplo concreto de desperdício", conclui o autor.
Ao todo, José Siqueira participou de 212 expedições pelo Vale do São Francisco, entre julho de 2008 e abril de 2012 com uma grande equipe de pesquisadores, mapeando a flora do entorno do rio através de um projeto exigido pelo IBAMA para o licenciamento das obras da transposição do São Francisco. Depois das pesquisas, a equipe acabou produzindo o mais completo diagnóstico das mudanças provocadas pelo homem tanto nas águas do Velho Chico quanto na vegetação que o circunda.
Analisando a atual relação das comunidades com o rio, Siqueira não percebe uma mudança expressiva de postura. "Rico e pobre proprietários de terras nas margens do São Francisco lidam da mesma forma com o rio. Hoje, residências que valem meio milhão de reais e contam com alta tecnologia de segurança e mobiliário foram concebidas com sistema hidrossanitário arcaicos que contaminam os lençóis freáticos e o próprio rio. O uso tímido de energia solar e eólica e o raro reaproveitamento de água denotam uma percepção de que os recursos seriam inesgotáveis". O professor também alerta sobre os impactos da agricultura intensiva no vale do São Francisco e a desertificação da caatinga.
Segundo ele, além de embasar pesquisas voltadas para tecnologias de recuperação desde bioma, os diagnósticos servem para nortear novas políticas públicas que prezem pelo desenvolvimento econômico com sustentabilidade. "Vamos fazer outra Sobradinho? Não. As cidades que ficaram debaixo d'água por causa dos represamentos do Rio São Francisco perderam histórias, vidas, sítios arqueológicos inteiros", defende o professor.
"Em síntese, posso dizer que o caminho a ser seguido para viabilidade do São Francisco como modelo de desenvolvimento para outras regiões é a base científica sólida. Investir em recursos humanos, aporte de recursos financeiros para ciência, tecnologia e educação básica", emenda.

Rio São Francisco: os peixes se foram


  Texto: Camila Fróis/ Fotos: André Fossati - 04/11/13    



"O São Francisco era fundo, que era até escuro, tinha lugar de 20 metros de fundura. Naquele tempo, por falta do conhecimento, desmataram as laterais do rio, derrubando as beiradas. Agora num tem mais as raízes pra segurar a terra e foi tudo desabando e desabando e desabando e entupindo, desabando e entupindo, até ficar assim. Hoje tem lugar que você pode atravessar de pé no rio. Moço, isso aqui 'diferençou' foi muito".
As memórias do sanfoneiro Amarante dos Passos, natural da pequena cidade Manga, no sertão mineiro, foram parar na telona em uma das sessões da última edição do "Cinema no rio", um projeto que há 8 anos leva a sétima arte para as comunidades às margens do Velho Chico.
No mesmo vídeo exibido ali na beira d'água, outro morador bem mais jovem, Florisvaldo dos Santos, de cerca de 30 anos, também testemunhava transformações rápidas no rio da sua infância. "Quando era criança, a gente só brincava era no rio, banhava na praia, não tinha outra coisa. (...) A gente montava na canoa e ia navegando e os peixes iam pulando. Ave Maria, era gostoso demais. O rio era bom porque tinha fartura".
Sob a luz da lua, com a brisa do São Francisco no lugar do ar condicionado e geralmente com um casario secular empoeirado como cenário, as sessões do projeto já foram prestigiadas por mais de 200 mil espectadores em povoados desde a nascente até a foz do Velho Chico. Diante da tela, os ribeirinhos prestigiam os filmes de animação, longas e curtas metragens ficcionais e viajam no tempo ouvindo as próprias histórias sobre o São Francisco, registradas em minidocumentários gravados ali mesmo. Nos depoimentos, a nostalgia de grandes pescarias, da paisagem cercada por uma mata densa, das viagens em navios a vapor e das noites animadas por rodas de batuque iluminadas pelas lamparinas de azeite. As memórias são muitas e hoje estão registradas em um acervo de mais de 70 vídeos produzidos desde as primeiras expedições.
Quando idealizou o projeto, o produtor Inácio Neves já organizava sessões de cinema ao ar livre nas praças de Belo Horizonte, sua cidade natal. Resolveu, então, ir mais longe. Hoje, ele coordena a expedição que chega até vilas de pescadores, comunidades quilombolas e pequenos povoados do Velho Chico, muito distantes das salas de exibição dos shoppings centers. Em cada vilarejo ou cidade por onde passa, nos trechos entre Minas Gerais até Alagoas, a equipe do projeto realiza oficinas de fotografia, pesquisas culturais e grava os depoimentos como os do senhor Amarante, que assiste da janela de casa a deterioração inexorável de um rio que já foi a grande fonte de subsistência de sua comunidade.
À noite, os moradores, cineastas, jornalistas e antropólogos se reúnem todos em uma só plateia. Ao invés de peças pesadas usadas em projeções convencionais, a tela é inflável, muito mais fácil de montar e desmontar. Um grande amontoado de lona se transforma em uma tela de cinema de 10m x 7,5 em apenas 15 minutos. A pipoca é grátis e a fila é de perder de vista.
Além de promover o acesso às produções cinematográficas nacionais menos comerciais, Inácio explica que, hoje, a proposta da expedição é também valorizar as tradições regionais, o folclore, a musicalidade e todas as formas de cultura popular ribeirinha através do estímulo a apresentações locais antes do cinema.
Além disso, a ideia é trazer o foco para o São Francisco. "A gente viaja pelo rio, então não temos como ignorar o drama pelo qual ele está passando. Estamos entrevistando as pessoas, questionando sobre os problemas do rio e colocando isso na tela."
      

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Os 10 maiores peixes de água doce do mundo.


 Mundo dos Peixes  
1 - Beluga (Huso huso)


O beluga é conhecido como o esturjão europeu e é o maior peixe da família dos esturjões e o maior peixe de água do doce do mundo. Eles são encontrados no mar Cáspio, no mar Negro e no mar Adriático. O esturjão beluga pode viver por aproximadamente 120 anos podendo atingir mais de 7 metros e pesar mais de 1400 kg. Este peixe pode viver tanto em água doce como em água salgada, mas é considerado um peixe de água doce porque é onde ele passa a maior parte de sua vida. O número de esturjões beluga tem sido reduzido drasticamente devido a sua captura, muitos países já possuem leis para sua proteção.


2 - Kaluga (Huso dauricus)


O Kaluga pertence à família dos esturjões e está entre as espécies ameaçadas de extinção. O esturjão Kaluga é encontrado na Rússia e na China e pode pesar mais de 1300 kg e medir até 6 metros. Vive a maior parte de sua vida em água doce, mas vive um período em água salgada. Devido à captura indiscriminada, muitos países já possuem leis que restringem o seu comércio.


3 - White Sturgeon (Acipenser transmontanus)


Encontrado na costa oeste da América do Norte, o esturjão branco (White Sturgeon) é o maior peixe de água doce na América do Norte e o terceiro em tamanho no mundo. Este peixe é conhecido por atingir cerca de 1100 kg e medir até 6 metros. Assim como os outros membros da família dos esturjões, este peixe passa parte de sua vida em águas salgadas.


4 - Giant Freshwater Stingray (Himantura chaophraya)


A arraia gigante é da família Dasyatidae, nativa dos grandes estuários do sudeste asiático. Foram encontrados espécimes pesando até 590 kg nos rios Mekong e Chao Phraya. Seu número vem sendo drasticamente reduzido devido a sua captura indiscriminada, estando em perigo de extinção em algumas localidades.


5 - Giant Mekong Catfish (Pangasius gigas)


O bagre de Mekong tem a honra de ostentar o título oficial de maior peixe de água doce já capturado. Pode atingir até 4 metros e pesar até 300 kg. Este peixe é encontrado no rio Mekong que vai da China até o Vietnã e o Camboja.


6 - Barbo gigante (Catlocarpio siamensis)


O barbo gigante, também conhecido como carpa siamesa gigante, é a maior das espécies de carpa do mundo. Peixe originário do sudoeste asiático, como os rios Mekong e Chao Phraya. Este peixe que é muito apreciado na culinária loca está em perigo de extinção, pois poucos espécimes sobrevivem para atingir a maturidade. Os maiores podem atingir até 3 metros e pesar até 300 kg.


7 - Pirarucu (Arapaima gigas)


O pirarucu (arapaima) é o maior peixe da América do Sul, sendo considerado um fóssil vivo devido a sua rusticidade. Os maiores espécimes chegam a pesar até 190 kg.


8 - Alligator Gar (Atractosteus spatula)


O peixe crocodilo (alligator gar) é o maior peixe de água doce encontrado na América do Norte, medindo até 4 metros e pesando até 170 kg. O alligator gar é conhecido por sua capacidade de sobreviver fora da água, podendo suportar até 2 horas.


9 - Chinese Paddlefish (Psephurus gladius)


O Chinese paddlefish é conhecido como peixe espada chinês, sendo uma espécie em grande perigo de extinção. Sua captura é proibida na China desde 1983, e mesmo assim, espécimes são raramente encontrados. Os maiores espécimes encontrados chegavam a quase 100 kg.


10 - Taimen (Hucho taimen)


O salmão siberiano (Siberian taimen) é o maior exemplar da família dos salmões e pode atingir até 100 kg e medir mais de 2 metros.

Tipos de peixes.

Pelágicos
q
Peixes que nadam continuamente na faixa próximo da superfície da água, não possuindo um local específico de moradia. São normalmente fusiformes, migratórios e grandes nadadores. A maioria vive mais afastado da costa, em mar aberto. Muitos não possuem bexiga natatória. A coloração do corpo costuma ser brilhante com tons azulados ou esverdeados no dorso e flancos e branca no ventre. Exemplos: dourados, pampos, marlins, enxadas, algumas raias e a maioria dos cações.
Nectónicos
Peixes que nadam ativamente, porém mantêm uma relação com o substrato marinho, onde alguns fazem sua moradia (toca). São normalmente comprimidos lateralmente e vivem nas águas costeiras. A coloração do corpo, que varia muito, usualmente apresenta pintas, manchas ou listas claras ou escuras com um fundo contrastante mais escuro ou mais claro. Alguns possuem um bom mimetismo com o fundo onde vivem. Exemplos: meros, salemas, budiões, ciobas, robalos e pescadas.
Bentônicos
Peixes que habitam e dependem do fundo, numa estreita relação com o substrato marinho. Não costumam ser bons nadadores. Alguns são comprimidos dorso-ventralmente. A coloração do corpo tende a ser escura no dorso e clara no ventre. A maioria apresenta excelente mimetismo com o fundo. Exemplo: bagres, linguados, trilhas, mangangás, alguns cações e a maioria das raias.
 
Os peixes são classificados em três grandes classes: Agnatha, Chondricthyes, Osteichthyes.
 
Classe Agnatha
Os Agnatha (a = sem; gnathos = maxila) são vertebrados sem mandíbula. São peixes alongados, sem escamas, com tegumento mucoso e não possuem tecidos duros internos. Ocorrem nas águas frias, tanto no hemisfério norte como no sul. Os representantes mais conhecidos são as lampréias (ordem Petromyzontiformes), que não ocorrem no Brasil. As feiticeiras (ordem Myxiniformes) são peixes exclusivamente marinhos.
As lampréias atuam como parasitas de alguns peixes, assim alimentando-se de sangue e tecido muscular de seus hospedeiros que podem ser os salmões e trutas. Há representantes marinhos e de água doce, e algumas espécies são migratórias, vivendo no mar e reproduzindo-se em rios e lagos.
As feiticeiras, em geral, alimentam-se de cadáveres ou de pequenos invertebrados bentônicos. Ocorrem na plataforma continental e no mar aberto, em profundidades em torno de 100 metros. Possuem hábitos necrófagos.
 
Classe Chondrichthyes
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Os condríctes, representados pelos tubarões, arraias (ou raias) e quimeras, são todos marinhos. Algumas espécies são comestíveis. Possuem nadadeiras pares e ímpares. O esqueleto é cartilaginoso (condro= cartilagem, icties= peixe). A boca é ventral, com uma fileira de dentes pontiagudos e mandíbulas. Há um estômago, intestino com válvula espiral e pâncreas e fígado com glândula anexa. O intestino termina numa cloaca. Possuem de cinco a sete pares de brânquias não cobertas pelo opérculo, que é uma espécie de tampa, presente nos ostechthyes. O aparelho circulatório e urinário, bem como o sistema nervoso e os órgãos sensoriais - com duas narinas dotadas de bolsas olfativas - são, em linhas gerais, semelhantes aos dos agnatos.
A fecundação geralmente é interna e as nadadeiras pélvicas do macho são modificadas, formando órgãos copuladores. A maioria das espécies é ovípara ou ovovivípara, havendo poucas que são vivíparas. O desenvolvimento é direto, sem formação de larva, e o único anexo presente é o saco vitelínico.
Classe Osteichthyes
Os peixes ósseos (gr. ostei, cartilagem + ichthys, peixe) são estruturalmente notáveis pelo esqueleto ósseo, finas e flexíveis escamas, mandíbulas complexas, bexiga natatória e pela estrutura encefálica, diversificados em cerca de 30.000 espécies, reunidas em 42 ordens, algumas fósseis e outras com poucos representantes atuais. Os peixes ósseos são os mais variados e comuns, vivendo tanto em água doce como em água salgada ou salobra, quente ou nas águas geladas dos pólos. Seus representantes mais procurados são o lambari, a traíra, o trairão, o robalo, os jundiás, a corvina, o papa-terra e o tucunaré, entre outros tantos. 
 
Ministério do Meio Ambiente

Peixes de água doce .

            

 Peixes são animais vertebrados que vivem dentro da água. Na água realizam todas as suas funções vitais como alimentação, crescimento, respiração, reprodução, eliminação dos metabólitos (urina e fezes), etc. Não tem capacidade de regular sua temperatura interna; portanto, os peixes tem a temperatura igual à da água onde vivem - chamados de ectotérmicos, exceto os atuns. Quando as águas esfriam muito ou se aquecem demais - os peixes ficam inativos.

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O Brasil é o país do mundo com o maior número de espécies de seres vivos. O Brasil possui cerca de 2.500 espécies de peixes, o que corresponde a 10% da fauna de peixes do mundo em águas doces. Na região marinha do Brasil, existem mais de 1.000 espécies, levando-se em conta as espécies costeiras, pelágicas de passagem, oceânicas e abissais. Das 48.170 espécies de vertebrados existentes cerca de 24.620 são peixes.
Peixes são animais vertebrados que vivem dentro da água. Na água realizam todas as suas funções vitais como alimentação, crescimento, respiração, reprodução, eliminação dos metabólitos (urina e fezes), etc. Não tem capacidade de regular sua temperatura interna; portanto, os peixes tem a temperatura igual à da água onde vivem - chamados de ectotérmicos, exceto os atuns. Quando as águas esfriam muito ou se aquecem demais - os peixes ficam inativos.
Os peixes se apresentam divididos em duas partes: a cabeça e o tronco. O seu corpo pode ser recoberto por escamas e/ou couro. Os órgãos responsáveis pela propulsão e equilíbrio do peixe na água são as nadadeiras. A grande maioria dos peixes de água doce, tanto de escamas quanto de couro, como o dourado, o lambari, o pintado e o jaú, possuem nadadeiras pares, peitorais e pélvicas, e ímpares, dorsal, adiposa e caudal. A maioria das formas marinhas que ocorrem no litoral brasileiro não possui a nadadeira adiposa, a não ser os bagres da família Ariidae.
A nadadeira caudal é a principal geradora do impulso que desloca o peixe na água, empurrando o seu corpo para a frente. As demais tem a função de manter o corpo na posição vertical, como a dorsal e a anal, e de efetuar as manobras de subida e descida e de rolamento, como as peitorais e pélvicas.
A cabeça abriga três importantes sistemas: a boca, que é entrada para o trato digestivo, responsável pela apreensão e ingestão dos alimentos; as brânquias, ou guelras, que funcionam como pulmões, realizando as trocas gasosas na maioria dos peixes; e o cérebro, principal órgão do sistema nervoso, que, junto com os hormônios, integram todos os outros sistemas, coordenando o organismo como um todo.
As maxilas estão providas de diversos tipos de dentes, que variam de um grupo para o outro. Nos dourados, tem a forma de cones, são afiados e cortantes, usados para prender e cortar os peixes de que se alimentam; nas anchovas, espadas e cavalas a diferença é que os dentes são triangulares e também muito cortantes; nos pacus são molariformes e servem para triturar as frutas, sementes e folhas; os dentes laterais do pargo e do marimbá servem para triturar algas e pequenos crustáceos; no pintado e jaú estão dispostos em placas, são pequenos e numerosos e servem para abocanhar e prender as presas, como na betara branca, no olhete e no olho-de-boi.
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O trato digestivo começa na boca e termina no ânus. É composto pela boca, língua, esôfago, estômago, cecos pilóricos e intestino, mais as glândulas anexas, como o pâncreas e o fígado.
O sistema respiratório é formado pelo circulatório, composto pelo coração, artérias, veias e sistema linfático, mais as brânquias. O coração está localizado geralmente entre as estruturas ósseas de sustentação das nadadeiras peitorais. Ele impulsiona o sangue por uma única artéria que sai dele e segue em direção das guelras. Antes de chegar nas guelras, a artéria se divide em oito ramos que banham as oito guelras, quatro de cada lado, organizadas em dois pares. O peixe impulsiona a água para dentro da boca, abrindo e fechando a boca, abaixando a língua e seu assoalho e abrindo e fechando os opérculos (ossos que recobrem as brânquias). Após sair das guelras, o sangue, agora rico em oxigênio e pobre em gás carbônico, é distribuído para o resto do corpo. Após irrigar todo o corpo e órgãos, ele é reunido em uma veia que chega ao coração, conduzindo o sangue rico em gás carbônico e pobre em oxigênio, reiniciando o ciclo. Alguns peixes marinhos, como as cavalas e atuns, não realizam grandes movimentos operculares para realizar o processo respiratório, e substituem esses movimentos, nadando com a boca entreaberta. Algumas espécies tem respiração acessória, também chamada de pulmonar, como a pirambóia, o pirarucu e o peixe elétrico.
O corpo é formado por um desenvolvido sistema muscular, que fica ancorado no esqueleto, pele e nadadeiras. O sistema sensorial é formado pelos olhos, desenvolvidos nos peixes de escamas e diminutos nos bagres; barbilhões sensitivos; na linha lateral; terminações nervosas distribuídas externamente na pele (botões gustativos, receptores de frio e calor, receptores de tato, dor, etc.); ouvido interno e sistema que amplifica os sons e ondas geradas na água dando maior percepção aos peixes.
A excreção dos peixes é realizada pelos rins e uma pseudo-bexiga que se abre na parte posterior do intestino, próxima ao ânus. Os peixes de água doce produzem um grande volume de urina, quando comparados aos peixes marinhos, que perdem muita água para o meio externo (mais rico em sais que o corpo), produzindo, portanto, uma urina bem concentrada e pouco volumosa.
O sistema reprodutor é composto pelos gônadas, órgãos pares que produzem as células reprodutoras11. A maturação (amadurecimento) das gônadas é promovida por uma série de eventos hormonais, regulados pela quantidade de claro e escuro dos dias e noites, nível das águas, disponibilidade de alimentos, temperatura, etc. Também são responsáveis pelo impulso dos peixes para migrarem rio acima, nas espécies de água doce que realizam a piracema, e para migrar em direção ao mar aberto em grande parte dos peixes pelágicos, e às vezes costeiros, a fim de se reproduzirem.
Os peixes possuem diversas glândulas que produzem os hormônios necessários para a regulação de seu corpo. Estão dispersos por vários tecidos do corpo. A principal glândula é a hipófise, localizada na cabeça dos animais.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Consumo de peixes reforça as articulações

 

O consumo de ácidos graxos ômega-3, nutriente encontrado em grande quantidade em peixes como salmão, anchova, truta e sardinha, além de linhaça, reduz os sintomas de inflamação e rigidez crônica nas articulações, a osteoartrite.
 
O consumo de ácidos graxos ômega-3, nutriente encontrado em grande quantidade em peixes como salmão, anchova, truta e sardinha, além de linhaça, reduz os sintomas de inflamação e rigidez crônica nas articulações, a osteoartrite. É o que diz estudo britânico da Universidade de Bristol, publicado na revista científica "Osteoarthritis and Cartilage", realizado com cobaias e patrocinado pela Arthritis Research do Reino Unido.

A substância ômega 3 é mais conhecida por seu efeito protetor do coração, já que inibe a coagulação (o que dificulta a formação de trombos), reduz o nível de triglicerídeos e a pressão arterial. E outros estudos recentes - inclusive da Unifesp - comprovaram que a dieta rica em ômega 3 produz novos neurônios. Agora os médicos descobriram que o nutriente aliviou em 50% os sintomas de osteoartrite, em comparação com dieta padrão.

Essa pesquisa é um passo importante para mostrar que os ácidos graxos ômega-3, provenientes de óleo de peixe ou de linhaça, pode ajudar a retardar a progressão da osteoartrite, ou mesmo impedir a sua ocorrência. O resultado do estudo pode confirmar os relatos dos mais velhos sobre os benefícios do óleo de peixe para a saúde das articulações, afirmam os autores.

- Os sinais clássicos e precoces da doença, tais como a degradação do colágeno na cartilagem e a perda de moléculas que lhe dão a capacidade de absorver o choque, foram reduzidos com o consumo de ômega-3 - diz o pesquisador John Tarlton, da Universidade de Bristol. - Além de prevenir a doença, ele diminui a sua progressão.

Por enquanto, a experiência foi realizada apenas com animais em laboratório e os médicos precisam fazer estudos em humanos. Segundo o professor Alan Silman, da Arthritis Research, a pesquisa ainda não comprova os benefícios do ômega-3 contra a osteoartrite, mas pode ajudar a entender como esse nutriente interfere na doença. Apesar disso, há carência dessa substância na dieta moderna e, atualmente, inexiste cura da osteoartrite. Os médicos se limitam a receitar fármacos para alívio da dor.
Fonte: Porta O Globo